sexta-feira, janeiro 27, 2006

goiabada geral

aqui jazz carijó
sambaqui e samba lá
fox trotte kamayurá
aguardente em pó

MACONDA
é onde estabeleço-me
entre precipício e começo
hospício é meu endereço

por isso lhe dei meu preço
prego velho na mão de cristo
será esse nosso incesto
será esse nosso início

os signos que não consigno

Quero a estridência no poema
Capaz de estilhaçar o cristal do tempo
Cometer o crime de todas as penas
Hemorróidas no cu do vento

Quero merda pura na drogaria
Veneno no oco do sempre
Que exale no ventre da poesia
O fedor do coro dos contentes

Quero os versos mais porcarias
Pra igualar à burrice dos inocentes
Pragas e pestes na liturgia
Esquartejar o corpo e a mente

Coceiras na unha da alegria
Pirar os deuses mais freqüentes
E desossar a vertente do dia
.................................................
Quero embriagar as nuvens negras
Raspar os pelos da musa nua
Espinhos de aço na fina trégua
Cuspir no centro do olho da lua
..................................................
Esticar o arco final da légua
E corromper o que se cultua
..................................................

hai kais indefectíveis

nem réu
nem rei
serei

nem pá
nem lavra
talvez

nem céu
nem água
darei

ao que me acaba
abracadabra
piolho de cobra

pinga de cana
tomei

------------
as reverências são verdes
preservadas ao chão
por isso pulo
do cécimo andar
----------------

tá combinado
hoje é platão meu
amanhã
sócrates no teu
-------------------

feliz aquele que pula
esmaga ovos e furulas
enquanto atropela a rua
________________________



(Mário Sá)